100º aniversário de Miguel Mota: agrónomo, cientista e cidadão

100º aniversário de Miguel Mota: agrónomo, cientista e cidadão de Oeiras

No âmbito da estratégia Oeiras Ciência e Tecnologia, é com grande satisfação que o Município de Oeiras recorda Miguel Mota, Professor e Engenheiro, distinto oeirense quer na vertente profissional, quer na sua condição de residente, por ocasião do centenário do seu nascimento

15 out 2022
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Miguel Mota (1922-2016), foi um distinto oeirense, investigador e cientista, conhecido pela sua teoria sobre divisão celular, descoberta que fez na década de 50 mas que só seria validada 30 anos depois pela comunidade científica internacional. Foi, por isso, um homem à frente do seu tempo, “uma das maiores figuras da investigação genética e biológica nacional no século XX” (Viriato Soromenho Marques).

Miguel Eugénio Galvão de Melo e Mota nasceu em Lisboa, a 15 de Outubro de 1922.

 


 

Concluiu o curso de Engenheiro Agrónomo no Instituto Superior de Agronomia, em 1948 e em 2006 recebeu o título “doutor honoris causa”, pela Universidade de Évora.

De 1948 a 1955, desenvolveu a sua atividade na Estação de Melhoramento de Plantas, em Elvas, como chefe de laboratório de Citogenética. De 1955 a 1992, ano em que se aposentou, realizou a sua atividade científica no Departamento de Genética da Estação Agronómica Nacional (EAN), em Oeiras, tendo sido chefe de departamento (1966 a 1992) e também diretor do Laboratório de Microscopia Eletrónica (1975-1992),  porque foi pioneiro, em Portugal, no uso da microscopia eletrónica e responsável por grandes avanços na compreensão da genética e da biologia celular em plantas.

A par do seu trabalho na EAN, Miguel Mota desenvolveu docência universitária como Professor Catedrático Convidado da Universidade de Évora e Professor Catedrático da Universidade Lusófona. Trabalhou, igualmente, em prestigiadas instituições de investigação científica estrangeiras: na Suécia, na Grã-Bretanha, nos EUA. Miguel Mota, foi um grande impulsionador da colaboração científica com Espanha, organizando missões conjuntas dos dois países, por exemplo, na colheita de germoplasma vegetal, no âmbito da conservação dos recursos genéticos vegetais.

 

 

Exerceu o cargo de Presidente da Sociedade Portuguesa de Genética e da Sociedade Portuguesa de Microscopia Eletrónica, foi vice-Presidente da Sociedade Portuguesa de Ciências Naturais e Secretário-Geral da Sociedade de Ciências Agrárias de Portugal.

 

 

Para além da sua atividade científica profissional e no campo da docência, Miguel Mota era um apaixonado divulgador da ciência, tendo legado milhares de artigos na imprensa nacional e regional, e um piloto amador de aeronaves ligeiras, sempre armado de câmara fotográfica, outra das suas paixões. Ainda em vida, legou à Câmara Municipal de Oeiras muitos dos seus negativos de fotografias aéreas de Oeiras.