Da Essência da Cidade à Estrutura das Cidades Antigas

Da “Essência da Cidade” à “Estrutura das Cidades Antigas”

O conceito de Centro Histórico tem sofrido algumas alterações ao longo dos tempos. Contudo, regra geral, é visto como um livro de recordações, materiais e imateriais, que comportam grandes referências de identidade da população que aí vive.

07 mar 2022
  • Cultura
  • Património
Imagem antiga da Vila de Oeiras

A identidade de um grupo baseia-se frequentemente em construções históricas e marcas patrimoniais. A representação cultural de património é pois, à semelhança da identidade, um processo inacabado e sujeito a revisões contínuas, envolvendo um conjunto de experiências e sentimentos, de um ou mais grupos sociais, que procuram representar de forma simbólica o que os distingue dos restantes, usando para isso um instrumento fundamental: o reconhecimento de um passado comum.

É este sentimento nostálgico e de pertença que depositamos sobre património, que torna os Centros Históricos núcleos fundamentais e imprescindíveis, para compreendermos a nossa origem e identidade. Outrora, estes constituíam o núcleo vital da cidade, no seu meio social, de produção e comércio, negócios e administração.

Mas, posteriormente, a expansão geográfica põe fim a esta realidade, ao descentralizar os sectores produtivos, administrativos e residenciais, dando lugar à desertificação dos locais e, consequentemente, ao envelhecimento da população.

O conceito de Centro Histórico tem sofrido algumas alterações ao longo dos tempos. Contudo, regra geral, é visto como um livro de recordações, materiais e imateriais, que comportam grandes referências de identidade da população que aí vive, acolhendo arquiteturas distintas que traduzem a época em que se construíram os edifícios que, de certa forma, transmitem os «usos e costumes» da população. Sendo que “toda a obra de arte é filha do seu tempo e mãe dos nossos sentimentos”, a consciência patrimonial inerente à expressão “Centro Histórico», demonstra que estes núcleos urbanos antigos, são um reflexo do nosso presente e futuro. Sendo a autarquia de Oeiras um excelente exemplo de manutenção e requalificação da sua memória urbana, faz todo sentido juntarmo-nos às celebrações do Dia Nacional dos Centros Históricos Portugueses – 28 de março, data em que se celebra, também, o nascimento de Alexandre Herculano.

Para assinalar o momento, o Município de Oeiras realizará duas visitas-guiadas, ao centro histórico de Oeiras e Algés, no dia 26 de março. Saiba como juntar-se a um dia em que celebramos património e identidade.

*Texto de Diogo Lopes