Henry Miller e Umberto Eco nos Livros Proibidos

Henry Miller e Umberto Eco nos Livros Proibidos

06 jul 2017
  • Cultura
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'Trópico de Câncer', de Henry Miller, e 'O Nome da Rosa', de Umberto Eco, foram os 'Livros Proibidos' dos meses de abril e maio, sessões que contaram com a análise dos convidados Rita Ferro e Ricardo Araújo Pereira e moderação de Ricardo Costa e Nicolau Santos.

No caso de 'Trópico de Câncer', publicado originalmente em 1934, trata-se de um romance autobiográfico de tom confessional, um relato protagonizado por 'Joe', alter-ego do autor que narra as suas peripécias em Paris, por onde vagabundeou em busca de um sentido para uma existência irremediavelmente perdida nas ruas e vielas do sofrimento.

O tom melancólico da obra resulta da monotonia de uma vida em que o sexo, a comida e a bebida são os refúgios do inferno mundano, como se fossem necessidades básicas, as únicas que poderiam tornar a vida simplesmente suportável.

Quanto a 'O Nome da Rosa', primeiro e mais célebre romance de Umberto Eco, trata-se de uma obra em forma de romance policial cujo enredo se situa em 1327, em Itália, numa abadia isolada do mundo e tendo com protagonista um monge beneditino e o seu ajudante. O mistério vai-se desenrolando em torno de uma série de mortes inexplicáveis que, afinal, estão relacionadas com a leitura de um livro proibido: 'Poética', de Aristóteles.

Não se tratando propriamente de um livro proibido, apresenta uma caracterização de corpo e de saber própria da Idade Média: o corpo e saber contido, proibido, mortificado e paradoxal sob o domínio da instituição religiosa, onde está presente a ideia de culpa, de perversão e de purificação através do castigo.