
A Creative Bureaucracy?
Charles Landry, urbanista e consultor, mundialmente conhecido por forjar o conceito de “Cidade Criativa”, vem refletir connosco o conceito de burocracia criativa e abrir novas perspetivas sobre o futuro das cidades
A “Cidade Criativa” é o lugar onde pessoas e organizações interagem e têm condições para pensar, planear, agir com imaginação e criatividade, e dar contributos para o desenvolvimento urbano. Esta ideia, que se transformou num movimento global, levou a uma mudança no modo como as cidades pensam as potencialidades e recursos do território, se revitalizam, resolvem os problemas e criam oportunidades.
Na cidade criativa a burocracia existe e é o resultado do fermento criativo, do potencial criativo dos burocratas. Charles Landry defende que podemos ter “burocratas criativos”, “empresários criativos” e “ativistas sociais criativos”. Para ele, os burocratas somos todos, o político e o decisor público, o funcionário e até o cidadão. Para além disso, porque o mundo está a mudar drasticamente, considera fundamental repensar formas de atuação participada.
Assim, será a nossa burocracia imaginativa o suficiente de modo a criar incentivos e a regulamentação que permita às pessoas e organizações ser e estar no seu melhor? Para a cidade manter um ambiente próspero e sustentável, como deverá ser feita a simbiose de políticas públicas, iniciativas privadas e atividades culturais? A noção de criatividade pode passar por todos os setores, inclusivamente os mais burocráticos? Como repensar as cidades com o envolvimento de todos os atores: urbanistas, entidades públicas, empresas, instituições culturais, ativistas ou associações? Será possível medir a criatividade?
Charles Landry tem ajudado nas mudanças de práticas para avaliar e aproveitar as possibilidades de reinventar as cidades em todas as esferas, sejam culturais, tecnológicas, socioeconómicas ou organizativas. Foi co-curador e moderador da cimeira da rede de cidades criativas da UNESCO em 2016. De entre as suas obras, destacam-se “The Creative City: A Toolkit for Urban Innovators”, “The Creative City Index: Measuring the Pulse of the City”, “The Digitized City: influence & impact” e as mais recentes “Creative Bureaucracy & its Radical Common Sense” e “The Civic City in a Nomadic World”.
Muito do que defende está longe de ser consensual, todavia, Charles Landry é um homem de perguntas e percorre o mundo à procura de respostas.
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