O Município de Oeiras está a acompanhar a rota migratória de uma Gaivota-d’asa-escura (Larus fuscus), apelidada de Olívia, o que irá contribuir para uma melhor compreensão deste período tão importante do ciclo de vida de algumas aves.

A Olívia foi recolhida na zona costeira do Concelho, tendo dado entrada no LxCRAS (Centro de Recuperação de Animais Silvestres de Lisboa) com sinais de intoxicação. Após a sua recuperação, foi libertada na praia de Santo Amaro de Oeiras, numa ação acompanhada por especialistas e com o apoio do ICNF (Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas).

Para efeitos de monitorização, a Olívia foi equipada com um emissor do tipo GPS-PTT com bateria solar. Este equipamento permite o seguimento remoto da ave, emitindo informação precisa da sua localização a cada três horas. 
Passou os primeiros dias em Portugal, sobretudo na margem sul do estuário do Tejo, circulando entre o Alfeite, Amora e as praias da Costa da Caparica.

No dia 22 de março, às 13h, iniciou, finalmente, a sua migração para norte. Nessa tarde voou 350 km entre Lisboa e a Galiza (a uma média de 40 km/h), tendo pernoitado perto de Vigo. Partiu na madrugada em direção a norte, tendo atravessado a Galiza e o Golfo da Biscaia, chegando à zona de Nantes, em França, às 16h. Nesse dia percorreu 790 km, a uma média de 56 km/h.

Permaneceu 4 dias na costa ocidental francesa, dois dos quais perto do Mont Saint Michel, numa zona estuarina. No final do dia 27 de março deslocou-se para norte, tendo atravessado o Canal da Mancha nessa noite. A travessia foi feita em menos de 5 horas, e a Olívia prosseguiu a sua viagem atravessando Inglaterra em direção à costa leste deste país. No dia 29 chegou a Loch Leven, um lago que é também uma Reserva Natural, na Escócia, situado 30 km a norte de Edimburgo. Demorou 43 horas a percorrer 708 kms na Grã-Bretanha, a uma média de cerca de 16 km/h.

Nas últimas semanas, a Olívia permaneceu em Loch Leven, apenas fazendo movimentos de pouca extensão (até 10 km de distância) ao seu redor. Tendo em conta que neste lago existe uma ilha com cerca de 0,5 km2 que é usada anualmente para a instalação de uma colónia de Gaivotas-d’asa-escura, é muito provável que também tente nidificar neste local.

Os objetivos desta ação são promover a sensibilização do público para o papel ecológico das aves em meio urbano, aumentar o conhecimento sobre os padrões de uso do espaço por parte de aves migratórias, perceber a importância dos diferentes tipos de habitats e usos do solo para as aves migratórias, e fornecer dados para futuras medidas de gestão a delinear pelo Município.

O Município de Oeiras irá continuar a monitorizar a atividade da Olívia, fique atento e acompanhe também esta jornada!

Oeiras tem vida!