A assinatura do auto de cedência decorreu na Igreja da Cartuxa, em Caxias, com a presença da Ministra da Justiça.
Município vai investir cerca de 7,5 milhões de euros na recuperação integral daquele património abandonado pelo Estado há 30 anos
A Câmara de Oeiras chegou a acordo com Estado, em meados de dezembro, para reabilitar o Convento da Cartuxa, numa concessão de 42 anos e um investimento que ronda os 7,5 milhões de euros. O objetivo é dar a dignidade merecida àquele conjunto patrimonial histórico e colocá-lo à fruição pública.
Para o Presidente da Câmara Municipal de Oeiras, Isaltino Morais, o acordo hoje firmado traduz-se num “ato de Cultura da maior relevância e que diz respeito a todo o país”.
“Porque é garante de que vamos cuidar para transportar este legado, esta História e esta Cultura para as próximas gerações”, justificou.
Para o autarca, representa também um “ato político de extrema importância” e que permite “tirar algumas lições”, nomeadamente sobre o Estado Central.
“Há que desburocratizar. É inadmissível que este património estivesse aqui abandonado por 30 anos”, sustentou Isaltino Morais, lamentando que o Estado tenha deixado esquecer este património, mas reconhecendo este ato positivo, com elogios à Ministra da Justiça, Francisca Van Dunem, que marcou presença na cerimónia.
Além do investimento na recuperação do património, o projeto previsto na reabilitação da Quinta da Cartuxa prevê a criação de um Centro de Arte Contemporânea, com um programa de atividades ligadas à Arte e que inclui uma residência para artistas.
O Presidente da Câmara Municipal de Oeiras associou ainda o momento de hoje à aquisição da Estação Agronómica, também cedido pelo Estado ao Município há pouco mais de um ano, como “alavancas determinantes” na candidatura de Oeiras a Capital Europeia da Cultura em 2027.
“Não sei se vamos ganhar, mas não tenho dúvidas que, agora com a posse da Quinta da Cartuxa e da Estação Agronómica, vamos ter a melhor candidatura do país”, concluiu.
Com mais de 400 anos de história, o Convento da Cartuxa está devoluto há vários anos, à exceção da igreja desenhada por Carlos Mardel no século XVIII.