Entre 27 e 29 de novembro decorreu no Auditório da Biblioteca Municipal de Oeiras a primeira edição do Festival Literário Oeiras a Ler – Fique na história, dedicado ao ano de 1975. Com este festival literário pretende-se elevar Oeiras a polo de criação e discussão da cena literária nacional, trazendo ao concelho alguns dos protagonistas da literatura, pensamento e reflexão nacionais, afirmando-o como um evento dedicado ao romance e ensaio históricos, como forma de memória coletiva, abordando a cada ano uma data marcante, um acontecimento relevante ou uma personagem emblemática da história nacional. Ao longo de três dias foi possível reviver os acontecimentos de 1975, enquanto data decisiva da nossa história recente, o ano em que se consolida e estrutura a realidade atual. O fim do Império e a entrada na Europa, o PREC, a ponte aérea, o verão quente, a quase guerra civil, a questão dos retornados ou refugiados e as saudades de um tempo que faz parte de todos enquanto portugueses foram alguns dos temas abordados.

Contando com a presença de muitos autores do panorama literário nacional que viveram e escreveram sobre o assunto, ouviram-se as experiências de vida de Adelino Gomes, Joaquim Letria, Joaquim Furtado e Helena Vasconcelos, conheceu-se a investigação e o percurso de Francisco José Viegas, Miguel Real e Rita Garcia e ficou a saber-se de onde vem a inspiração dos autores da nova geração de 70, João Tordo, Nuno Camarneiro e João Valente. Quarenta anos depois de acontecimentos marcantes, o ano de 1975 foi observado de perto: um ano surpreendente, tal é vertigem dos acontecimentos. O Festival Oeiras a Ler – Fique na História pretende levar as bibliotecas municipais, os leitores e o município numa viagem que parte da ficção literária para a realidade dos factos históricos.