Frei Bento Domingues fala de Cândido, livro de Voltaire

Frei Bento Domingues fala de Cândido, livro de Voltaire

23 nov 2017
  • Cultura
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Frei Bento Domingues vem falar connosco sobre o livro de Voltaire - Cândido. Quisemos levantar um pouco o véu sobre o que poderemos contar com a sessão de dia 29 na biblioteca municipal de Oeiras. Como não somos egoístas, partilhamos consigo o pensamento acutilante do nosso convidado.

  

Propusemos este livro. É um livro importante para si?

Já foi muito importante. Agora é interessante para debater questões que nunca estarão encerradas.

  

A máxima de Leibniz diz que ‘tudo vai pelo melhor no melhor dos mundos possíveis’, concorda?

Como é que Leibniz podia saber que este é o melhor dos mundos possíveis? Não estamos no melhor dos mundos possíveis, mas podemos caminhar para o melhorar ou piorar. Ciência, ética, política e religiões precisam de se questionar mutuamente para servir o mundo de todos a defender e reconstruir por todos.

  

O terramoto, pela dimensão e impacto, mais do que uma mudança física na cidade originou pensamentos e debates internacionalmente. Há um mundo antes e depois do terramoto de Lisboa a nível do pensamento?

O terremoto de Lisboa abriu um debate. A questão pouco discutida de forma prática é a seguinte: sabendo o que aconteceu porque será que se continua a construir em lugares tão expostos a esses desastres? Porque será que as descobertas científicas são pouco atendidas?

  

Para si, o que significa a frase com que Voltaire acaba do livro ‘ Devemos cuidar do nosso jardim’?

A frase de Voltaire foi agora repetida pelo Papa Francisco: é imperioso cuidar a Casa Comum. É preciso cuidar da consciência individual pessoal e coletiva , mediante a educação familiar, escolar e religiosa, que a questão ecológica é a questão das questões do nosso tempo, em todo o mundo.