Inauguração da zona B da 2ª fase do Parque dos Poetas

Inauguração da zona B da 2ª fase do Parque dos Poetas

16 fev 2013
  • Lazer
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Centenas de pessoas marcaram presença num final de dia frio e assistiram ao momento em que uma nova fase do Parque dos Poetas passou a fazer parte do património de Oeiras.

As mesmas pessoas ouviram a poesia declamada por José Fanha – acompanhado por músicos da Roda do Chorinho de Lisboa – e a música de João Gil e Luís Represas, que apresentaram ao vivo cinco temas, dois dos quais em estreia e criados especialmente para o evento. A festa de inauguração terminou com a apresentação do espetáculo de água, luz e som da Fonte Cibernética, junto ao grande lago da Ilha dos Amores de Luís de Camões.

Recorde-se que o Parque dos Poetas (1.ª fase) abriu portas no dia 7 de junho de 2003, assumido, desde logo, como um novo ex libris do concelho. Dez hectares para homenagear 20 poetas do século XX, num parque urbano de características únicas. O projeto começa a completar-se agora com a consagração de outros 13 vultos literários, desde os Trovadores à Renascença, numa área de sete hectares, mantendo-se o princípio da Alameda dos Poetas como eixo estrutural do parque, garantindo a ligação e a continuidade da primeira fase para a segunda.

Na intervenção proferida na oportunidade, o presidente da Câmara Municipal de Oeiras recuou algumas décadas para assinalar que “para que o Parque dos Poetas tivesse lugar na nossa comunidade foi preciso desenhar um modelo de desenvolvimento local único em Portugal, assente num planeamento de longo prazo e numa ideia de ‘cidade’ que queríamos construir”. Essa ideia, disse, passou por “retirar 10% da sua população da ignomínia das barracas”, rasgar “as estradas que hoje ligam os aglomerados populacionais do concelho”, construir “o maior parque tecnológico do País”, captar “as melhores empresas”, pôr de pé lares e escolas, criar e recuperar “espaços verdes e passeios de fruição à beira-mar” e, sublinhou, edificar uma “comunidade forte e coesa, uma comunidade que sente que o caminho de desenvolvimento que trilhou não foi de alguns, foi de todos”. Nesta linha, Isaltino Morais definiu o Parque dos Poetas como “ponto de chegada de um período único de transformação deste Município” mas, também, como “ponto de partida de uma nova fase no desenvolvimento de Oeiras, uma nova fase que apenas foi possível pela transformação de Oeiras na comunidade coesa que é hoje”. Referindo-se concretamente à obra, destacou o trabalho e a “arte mágica dos escultores” que permitiu homenagear “o espirito e o génio da poesia”, realçando, no entanto, que a arte do parque não se resume a poetas e escultores, estende-se a “arquitetos, engenheiros, jardineiros, artesãos, pedreiros, calceteiros, cantoneiros, economistas, gestores ou juristas que foram capazes de se ajudar em torno de um objetivo comum”. Por tudo isso, disse,“esta é quase uma obra mágica”, que tem de ser interpretada “no seu todo e para além do visível: é um parque botânico, pela multiplicidade e exotismo das espécies arbóreas e arbustivas; é um parque multicultural, em que as esculturas se unem numa só cultura que é de todos; é um parque da poesia, porque os poetas e os poemas nele estão presentes mas onde os poetas e a poesia são o pretexto para o imaginário e génio criativo dos escultores, por isso é também um parque de arte pública contemporâneo, repositório das correntes estéticas do século XX e XXI; finalmente, é um parque onde a arquitetura paisagística coordena e integra, de forma magnífica, todas as outras dimensões culturais; é um parque do belo e do maravilhoso”.

 

Perspetivando a construção da próxima fase do Parque dos Poetas, Isaltino Morais salientou que “envolve maior complexidade, não apenas pelas dificuldades que o terreno encerra mas, também, pelos importantes elementos que incluirá”, entre eles, um parque de estacionamento subterrâneo com 380 lugares, um garden center, o Auditório Almeida Garrett, o Labirinto, representação da viagem metafísica interna que todo o ser humano realiza, ainda que sem o saber, em direção à luz e ao conhecimento, e o Templo da Poesia, que conjugará em si a síntese do parque. “Apenas com a conclusão dos trabalhos na 2.ª fase – zona A o parque poderá ser totalmente compreendido e assumido. Porém, importa referir que se a obra física que foi projetada poderá estar concluída, toda a carga mágica e metafísica que o mesmo transporta estará em permanente construção, em constante mutação. O parque nunca se concluirá verdadeiramente, porque se renovará permanentemente e porque o seu significado de percurso, a sua contínua viagem não tem, nem pode ter, ponto de chegada”, disse.