Palácio Marquês de Pombal abre ao público

Palácio Marquês de Pombal abre ao público

26 jun 2015
  • Cultura
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O edifício que foi propriedade da família de Sebastião José de Carvalho e Melo, primeiro Conde de Oeiras e Marquês de Pombal, abre ao público no próximo dia 26 de junho, em resultado da convergência de vontades do Município de Oeiras, da Entidade Regional de Turismo da Região de Lisboa (ERT-RL) e da Associação Turismo de Lisboa (ATL).

Elemento central na quinta de recreio da família do Marquês de Pombal, o palácio terá sido construído durante a segunda metade do século XVIII, segundo projeto de Carlos Mardel, arquiteto húngaro com destacado papel na reconstrução de Lisboa após o terramoto de 1755.

Abre, agora, ao público, revelando um dos melhores conjuntos decorativos do período pombalino, em especial de estuques e azulejos. Salientam-se o Salão Nobre, as Salas de Diana, da Música, da Concórdia, com a célebre pintura de Joana do Salitre, das Indústrias e dos Ofícios, áreas onde predominam os estuques rococó, onde alternam os painéis figurativos e as finas composições ornamentais da oficina do escultor milanês João Grossi, um dos grandes escultores da época pombalina.

No seu traçado inicial, esta quinta obedecia a um conceito de geometrismo rigoroso, articulando as componentes recreativa (jardins e mata) e lucrativa (a propriedade rural).

Ergue-se numa situação estratégica em relação ao casario do núcleo antigo de Oeiras. A entrada principal do palácio é feita por um amplo terreiro onde se situa o edifício da Câmara Municipal, o pelourinho e um grande chafariz.

Na capela, terminada no ano de 1762, destacam-se as telas dos três altares, pintadas por André Gonçalves, os notáveis estuques escultóricos e, especialmente, a estrutura perspetivada da abóbada de azulejos figurativos.

Nas costas do palácio desenvolvem-se espaços, decorados com estátuas e bustos de mármore, muretes e escadarias revestidas de azulejos. Nos jardins, atravessados pela ribeira da Lage, merecem destaque a Cascata dos Poetas com excelentes bustos de autoria de Machado Castro, o conjunto do edifício dos lagares e a adega, recuperada recentemente e visitável.

Os jardins deste palácio são representativos da arte do paisagismo em Portugal, apresentando uma conceção do século XVIII europeu mas mantendo-se fiel a uma tradição portuguesa que produz a partir do século XVI as chamadas Quintas de Regalo.

As propriedades que o Marquês de Pombal possuía em Oeiras englobavam oito olivais, cuja colheita era transformada no Lagar de Azeite, que também se encontra recuperado.

A abertura do público do Palácio do Marquês de Pombal surge enquadrada no Plano Estratégico para o Turismo da Região de Lisboa, que prevê o desenvolvimento em Oeiras de uma oferta temática com base na figura do Marquês de Pombal.