Integrada na exposição 'Resistência e Liberdade – Tantas Histórias para Contar', patente no Palácio do Egipto, localizado no centro histórico de Oeiras, tem lugar na próxima quinta-feira, 20 de novembro, pelas 21h, a primeira sessão do ciclo 'Conversas Resistência e Liberdade' dedicada ao tema 'As Emoções'.

A visita à exposição realiza-se no Palácio do Egipto, sendo que a conversa decorre na Livraria Verney.

Moderado por Mário Galego, Diretor de Informação da RTP Rádio, o debate conta com a participação de três antigas presas políticas de Caxias - Aurora Rodrigues, Dúlia Rebocho e Helena Pato.

▪️Aurora Rodrigues – Militante do MRPP no seguimento do assassinato do estudante Ribeiro dos Santos pela PIDE, foi presa em 1973, com apenas 21 anos, e sujeita à 450 horas de tortura do sono, tortura de afogamento, de estátua, e espancamentos. No Portugal Democrático, foi magistrada do Ministério Público em Santarém e em Évora. Em 2011, publicou o  livro 'Gente Comum – Uma História da PIDE', onde expõe a violência do regime.

▪️Dúlia Rebocho – Detida em 1967 por atividades antifascistas, é uma figura de referência na resistência ao Estado Novo e na preservação da memória das prisões políticas. Esteve ligada a movimentos clandestinos de combate à ditadura.

▪️Helena Pato – Professora de matemática, militante antifascista e sindicalista, foi presa, em 1967, em Caxias, e sujeita a isolamento e tortura do sono. Casou com José Manuel Tengarrinha, historiador e dirigente do Movimento Democrático Português/Comissão Democrática Eleitoral (MDP/CDE) e foi fundadora do Movimento Democrático de Mulheres. Esteve presente na libertação dos presos de Caxias, no dia 27 de abril de 1974, e foi dirigente do movimento cívico 'Não Apaguem A Memória', criado  como protesto contra a transformação da antiga sede da PIDE num condomínio de luxo. Autora da obra 'A Noite Mais Longa de Todas as Noites' e da  página 'Antifascistas da Resistência', que reúne mais de 400 biografias de pessoas que resistiram à ditadura, posicionou-se, em 2019,  contra a criação do Museu Salazar.
 
A primeira sessão do ciclo 'Conversas Resistência e Liberdade' constitui uma oportunidade única para escutar testemunhos vivos de coragem, dor e resiliência, bem como para refletir sobre o impacto emocional da resistência em defesa da liberdade.