The Guitar Barrel Project/Guitarras do Marquês apresentado durante o Há Prova

The Guitar Barrel Project/Guitarras do Marquês apresentado durante o Há Prova

O projeto inclui a produção de seis guitarras feitas com madeira de toneis de mogno do séc. XVIII, uma edição especial do vinho Villa Oeiras e o lançamento de um filme documentário retratando todo o processo.

14/05/2023 a 14/05/2023

Adega do Palácio do Marquês de Pombal

Gratuito

14 de Maio de 2023
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  • viver
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  • Património
  • União de Freguesias de Oeiras, São Julião da Barra, Paço de Arcos e Caxias
Ilustração de guitarra em azul

Com espaço de destaque na programação do evento ‘Há Prova – O Gosto de Oeiras’, o projeto ‘The Guitar Barrel Project/Guitarras do Marquês’ será apresentado no dia 14 de maio, na Adega do Palácio do Marquês de Pombal, em Oeiras, e inclui a produção de seis guitarras de autor feitas com madeira de toneis de mogno do séc. XVIII, a edição especial do vinho Villa Oeiras estagiado numa pipa da mesma madeira e ainda o lançamento de um filme documentário retratando todo o processo, realizado por Hélder Faria.

O evento começa ao 12h, com a apresentação das guitarras e a partir das 21h são apresentados o documentário e o concerto. A entrada é gratuita.

Quando a Câmara Municipal de Oeiras teve conhecimento que um luthier português tinha convidado cinco amigos luthiers internacionais para adquirirem 8 toneladas de madeiras exóticas utilizadas em toneis do sec. XVIII para a construção de guitarras e que, presumivelmente, vieram precisamente da adega do Palácio do Marquês de Pombal em Oeiras, de imediato desafiou o grupo a desenvolver o projeto em conjunto.

Assim, chegou a acordo para a cedência de parte desta madeira para permitir o restauro integral de, pelo menos, um tonel original da Adega. Com a colaboração de uma tanoaria (J.Dias), foram escolhidas as peças suficientes para a reconstrução integral de um tonel de 7.000 Lt e, com as sobras, construiu-se uma pipa de 1.000 Lt.


Ao mesmo tempo que cada um dos seis luthiers construía as suas guitarras, a Câmara de Oeiras iniciava um processo de estágio na madeira de mogno para produzir um vinho único e uma edição especial que seria engarrafada e disponibilizada ao consumo na altura da exposição pública das guitarras. Para tal foi escolhido um vinho da colheita de 2010, feito através de fermentação pelicular, tendo estagiado sete anos em carvalho português e quatro anos na tal pipa de 1.000Lt de madeira de mogno da América do Sul e que terá pertencido à adega do Marquês de Pombal, em Oeiras no séc. XVIII.


O trabalho de recuperação das madeiras e construção do tonel e da pipa passou por todos os processos necessários, como se de uma madeira “nova” se tratasse. Desta forma, pode-se considerar que foram construídos equipamentos novos com materiais antigos, facto que permitiu estudar o efeito do mogno “novo” no estágio de vinhos fortificados como o vinho de Carcavelos, neste caso o Villa Oeiras.


O resultado é impressionante, uma vez que o vinho assumiu a exclusividade deste tipo de madeira, tornando-o distinto dos demais até então produzidos.
Com uma cor amarelo dourado, com laivos avermelhados e brilhante, apresenta aromas que fazem sobressair notas acetinadas, combinadas com casca de madeira nova. Na boca, a nobreza da madeira confere-lhe um tanino elegante e adocicado, combinado com a elegante frescura e complexidade do vinho. Tem um final longo, denso e persistente.


É um vinho perfeito para harmonização com entradas fortes em gordura, como queijos secos ou de meia cura, patês, ou na sobremesa com doçaria igualmente forte à base de ovos, chocolate e frutos secos, como o bolo de nós com doce de ovos. No entanto, a sua complexidade, persistência e envolvência permite que seja servido como digestivo após a refeição, sempre refrescado e nunca à temperatura ambiente.


A Câmara de Oeiras produziu 2.000 garrafas de 0,5lt, numa edição especial em caixa de madeira onde se encontra uma peça do mogno do mesmo lote da madeira onde o vinho estagiou, com a identificação dos luthiers e com uma superfície que conserva ainda os restos dos cristais de vinho do interior dos toneis. O resultado é reflexo da conjugação dos vários elementos que tornam esta história única: a recuperação de património cultural do séc. XVIII pertencente ao Marquês de Pombal, o estágio de um vinho de superior qualidade num tipo de madeira pouco utilizado nestas condições, a construção de seis guitarras únicas de luthiers de renome internacional.


O Vinho, a Arte, o Património, a Música e, agora por fim, a amizade dão unidade e unicidade a este projeto grandioso e singular.